sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Você comete esses ERROS BÁSICOS no seu carro?

Olá meus amigos!
Tive sérios imprevistos na semana passada e no início dessa semana. Estava com dificuldades em separar os perfis e contas online do projeto Maria Gasolina das minhas contas pessoais e fazer backup dos arquivos. Caso vocês não saibam, em relação ao Maria Gasolina eu sou um exército de uma mulher só, faço tudo sozinha. Então peço desculpas pela demora em atualizar o blog e por não ter postado no Instagram conforme tinha prometido. Na segunda-feira volta tudo ao normal, prometo.
Lágrimas derramadas, vamos ao que interessa. Você comete esses erros básicos no seu carro? Separei três erros clássicos (alguns até cometidos em "oficinas" por aí) que podem te trazer prejuízos mais cedo. Então comenta aqui em baixo qual deles você já cometeu que eu quero saber.

1. Graxa no pólo da bateria


É um dos maiores geradores de discórdia da mecânica. Às vezes observamos na bateria um acúmulo, nos eletrodos, de uma substância branco-azulada ou branco-esverdeada, a qual chamamos carinhosamente de "zinabre". Coloco entre aspas porque o azinhavre, ou zinabre, como os mecânicos chamam, é o nome dado ao Diidróxicarbonato de Cobre-II, que resulta da oxidação do cobre presente nos terminais de bateria. Essa oxidação ocorre devido à corrosão favorecida pelo acúmulo de Sulfato de Chumbo-II nos pólos da bateria. O Sulfato de Chumbo-II é resultado comum da reação de descarga da bateria, e quando a bateria é recarregada, ele volta a ser chumbo sólido e as reações recomeçam. Acontece que, com o passar do tempo e depois de tantos ciclos de carga/descarga da bateria, podem acontecer microvazamentos nos eletrodos e depósito de Sulfato de Chumbo-II nos pólos da bateria, na forma de um pó branco. O Sulfato de Chumbo-II associado ao oxigênio presente no ar favorece a corrosão dos terminais, que resulta em zinabre (geralmente verde ou azul) e o pó branco ganha então uma coloração azulada ou esverdeada e fica essa beleza que está na foto aí.

"Zinabre" no polo da bateria
(mistura do zinabre ou azinhavre com sulfato de chumbo-II)

O mecânico, na boa vontade em eliminar o "zinabre", limpa os pólos e terminais elétricos da bateria e coloca um pouco de graxa dielétrica na intenção de coibir a reação formadora do "zinabre". Acontece que a graxa, que já é dielétrica, ou seja, isolante, associada à poeira e outros elementos de impureza forma uma liga não condutora que pode fazer o sistema elétrico perder a comunicação com a bateria ou ainda apresentar quedas de tensão em diversos componentes. As consequências mais comuns do uso da graxa em eletrodo de bateria a longo prazo são: dificuldades na partida, baixa tensão no módulo de injeção, códigos de erro fantasmas, descarga da bateria devido à falta de comunicação com o alternador e sofrimento geral do sistema elétrico. Posteriormente vamos falar somente da manutenção da bateria do seu carro. Por hora, fica a ressalva para que NUNCA use graxa nos pólos de bateria, a menos que seja a graxa condutora acobreada, certo? Vamos ao próximo erro.

2. Andar na reserva de combustível


Essa é o auge do “barato sai caro”. Bota só 20 contos, roda até a luz do combustível acender, mais 20 contos... Até ter que trocar, de repente, a bomba de combustível. Isso acontece porque as bombas elétricas de combustível ficam dentro do tanque. Durante o seu funcionamento, elas aquecem, e são refrigeradas pelo próprio combustível. Além disso, o combustível geralmente contém impurezas que são retidas no filtro que fica na base da bomba, e que se depositam no fundo do tanque, pois são mais densas que o combustível. Quando você anda o tempo todo com na reserva de combustível, a bomba está exposta a aquecimento e sucção de impurezas do fundo do tanque (devido à alta concentração) e dano permanente no induzido da bomba. E aí que os 20 contos viram de 300 a 700 reais na compra de uma bomba nova.

Refil da Bomba de Combustível acompanhado das conexões e do filtro na base


Além disso, você ainda corre o risco de dar prego de combustível (a famosa "pane seca"), o que pode ser perigoso, sobretudo à noite, e ainda custar alguns reais e uns pontinhos na carteira. A pena para a pessoa que "tem o veículo imobilizado na via por falta de combustível", como consta na legislação, é multa por infração de natureza média, no valor de R$ 130,16, além de quatro pontos no prontuário da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Como se não bastasse, a lei prevê a remoção do veículo até que ele seja regularizado – nesse caso, abastecido.
Não é um problema abastecer em pequenas quantidades. Porém, para evitar dores de cabeça, a partir de agora adote ¼ de tanque como tanque vazio. Essa quantidade de combustível é suficiente para o sistema de injeção funcionar sem surpresas desagradáveis. Manter o tanque com ¼ da sua capacidade permite que a bomba seja refrigerada, mesmo durante a subida em ladeiras. Agora vamos ao próximo erro.

3. Deixar a gasolina do reservatório de partida a frio ficar "choca".


Presente na maioria dos carros flex da frota circulante no Brasil, o reservatório de partida a frio é um mini tanque de gasolina que fica no compartimento do motor e serve pra auxiliar a partida quando você está usando álcool como combustível em climas frios. Isso é necessário para que o motor atinja a temperatura ideal de partida, visto que a gasolina tem maior poder calorífico que o álcool e é injetada no motor durante as primeiras rotações a partir do sistema de partida a frio.

Mini tanque de gasolina do sistema de partida a frio

Alguns veículos flex fabricados recentemente que tem o sistema FlexStart não possuem o reservatório, pois possuem velas aquecedoras na linha do combustível que dispensam o recurso de injetar gasolina até que a temperatura de trabalho do motor seja atingida, pois o álcool já chega aquecido na câmara de combustão do motor.

Sistema de Partida a Frio sem Gasolina
(controle eletrônico das velas aquecedoras conforme a temperatura do ambiente e do combustível)

Acontece que, se não tiver gasolina no seu reservatório de partida a frio, seu carro pode não ligar em dias que a temperatura esteja baixa ou em horários em que o clima esteja frio (às 5h da manhã, por exemplo). Outro caso é o de quem só usa gasolina no carro flex que tem esse sistema e ele fica lá, ignorado, e a gasolina do reservatório envelhece pela falta de consumo. Para evitar inconvenientes (por exemplo, a gasolina envelhecida pode travar o bico injetor do sistema de partida a frio e gerar códigos de erro que acendem luzes no painel), é recomendável abastecer o reservatório preferencialmente com gasolina de alta octanagem ou utilize gasolina aditivada, que mantém as suas propriedades por mais tempo do que a gasolina tipo C comum.
Se você não costuma consumir o combustível do reservatório de partida a frio, o recomendável é que o combustível desse mini tanque seja trocado a cada três meses. Se você costuma trocar de combustível, abasteça o reservatório quando a luz indicadora do painel acusar nível insuficiente de gasolina.

Então, conta pra mim, qual dessas já aconteceu no seu carro? Conhece alguém que já passou por isso? Compartilha com ele esse artigo. Até a próxima. Um beijo!

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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Tudo o que VOCÊ precisa saber ANTES de abrir o capô

Olá meus amigos!
Este artigo é o primeiro de uma série de artigos sobre conhecimentos básicos antes de abrir o capô. E hoje, especialmente, vamos aprender a abrir o capô. Se você já sabe como fazer isso, ótimo. Eu, quando entrei na oficina pela primeira vez, não sabia abrir um capô e me sinto no dever de ensinar quem não sabe. Então, vamos lá!

Abrir um capô envolve três passos: encontrar e puxar a alavanca de abertura do capô, soltar a trava do trinco do capô e apoiar o capô. Vamos analisar abaixo cada um destes passos.

1. Encontrando a alavanca.


Geralmente a alavanca fica no habitáculo (parte de dentro do carro, onde ficam o motorista e os passageiros), próximo ao motorista, e pode estar no painel, abaixo do painel próximo da porta do motorista, ao lado do banco do motorista ou embaixo do volante. Às vezes, a alavanca vem com um desenho de um carro com o capô aberto, facilitando a identificação. Por outro lado, existem acionadores difíceis de identificar como os botões elétricos, o pino sem identificação que tem no Toyota Etios, por exemplo, e ainda tem o Focus que pra abrir o capô você tem que, com a chave do carro, abrir uma fechadura que fica na grade dianteira ESCONDIDA embaixo do emblema da Ford. O auge. Kkkkkkk

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Desenho que costuma aparecer nas alavancas de abertura do capô

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Um tipo de alavanca de abertura do capô

2. Soltando a trava do trinco do capô


Para evitar acidentes pela abertura inesperada do capô com o carro em movimento, o seu veículo tem um sistema de segurança no trinco do capô que é um gancho ligado a uma segunda alavanca. Quando você aciona a alavanca de liberação do capô, o capô vai abrir um pouquinho.

Capô semi aberto

Então você vai lá pra frente do carro e, em alguns modelos, vai encontrar a ponta de uma haste pra fora da grade central e que, se for puxada, libera o trinco do capô. Esse é o padrão dos carros Fiat.

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Haste do trinco do capô em um Fiat Stilo

Em outras montadoras, a alavanca do trinco é encontrada quando se coloca a mão na pequena abertura do capô, próximo ao centro da frente do capô e pode ser acionada empurrando para o lado ou para cima, dependendo do modelo. Com a alavanca do trinco acionada, puxe o capô pra cima, solte a alavanca e abra completamente o capô. Agora vamos para a parte mais importante, apoiar o capô corretamente.

Tipo de alavanca do trinco que acessamos pondo a mão embaixo do capô

3. Apoiando corretamente o capô


Quase todos os carros têm, no compartimento do motor, uma haste de apoio para o capô. Ela fica presa em suportes de plástico para que não se mova durante o funcionamento do veículo. O segredo para apoiar bem o capô é encaixar a haste no lugar CERTO. Acontece que a lataria tem muitos furos parecidos com o que é adequado à fixação da haste. Por isso, é importante prestar atenção porque o furo adequado vem com uma cobertura plástica ou então com uma seta indicadora do furo correto. Apoiar corretamente o capô evita acidentes durante a inspeção mensal no seu carro.
Existem carros que não têm a haste de apoio do capô. Nesses modelos, o capô é sustentado por amortecedores ou dobradiças com molas que mantém o capô aberto. São muito práticos, a única ressalva é a troca dos amortecedores/dobradiças ao menor sinal de perda de pressão, pois esses componentes, se estiverem com defeito, podem não suportar o peso do capô e causar acidentes, deixando o capô cair sobre a cabeça de quem está examinando o carro. Segue abaixo dois vídeos que resumem o que aprendemos hoje. Obrigada pela atenção de vocês e até a próxima!

Abrindo e apoiando o capô


Amortecedores de capô


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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Você não precisa ser mecânico para conhecer bem o seu carro


Sejam bem vindos ao blog Maria Gasolina! Ele faz parte de um projeto planejado há três anos por mim, com o objetivo de te informar e te ajudar a cuidar cada vez melhor do teu carro. Vou compartilhar com vocês também um pouco da minha experiência e das coisas que aprendi na oficina, e que nunca me foram ensinadas em nenhum dos cursos que fiz - e não foram poucos.
Se você está lendo esse artigo e não me conhece, é meu dever me apresentar a você. Eu, Karla Danielle, trabalho no ramo automotivo há oito anos, sou reparadora automotiva certificada pelo SENAI há cinco anos, apaixonada por carros desde criança. Herdei a profissão do meu pai, o seu Batista, que é eletricista de autos desde antes da minha existência, já trabalhou em muitas concessionárias e há vinte anos tem sua própria oficina. Em junho de 2012, quando eu troquei uma bateria pela primeira vez, eu descobri o que eu ia amar fazer. Eu soube naquele dia o que eu vim fazer no mundo, e quando eu cheguei em casa, mesmo com duas unhas quebradas, eu estava feliz.

Eu e o homem da minha vida, meu pai

Eu recebi valores muito importantes ao trabalhar com o meu pai, e o principal deles foi a honestidade com o cliente. Infelizmente, além de sermos poucos reparadores automotivos no Brasil, existe uma parcela que, em vez de estudar e se atualizar, escolhe ganhar dinheiro às custas da falta de conhecimento do dono do veículo. Nesse tempo todo em que estive nessa oficina, não foram poucos veículos que chegaram até mim com diagnóstico errado, "defeitos colocados" por outros ou o caso incrível de uma cliente que recebeu de outra oficina um orçamento de 2.000 reais por um problema que foi resolvido com 2 litros de água desmineralizada (14 reais), um litro de aditivo orgânico para radiadores (20 reais), uma tampa de reservatório de radiador (17 reais) e uma mão de obra irrisória (50 reais). Total do orçamento, R$ 100,00. Fidelizar um cliente pela confiança, não tem preço.
A verdade é que, semelhante à nossa saúde, devíamos ir a uma oficina apenas para manutenções complexas e em caso de acidentes. E o que pode ser evitado não é acidente. Por isso, minha recomendação é que você tire um tempinho para conhecer sua bela máquina. Na verdade, conhecer sobre carros é uma questão de utilidade pública, dadas as mortes diárias no trânsito por embriaguez, imprudência ou imperícia dos donos de carros e muitas vezes, nas perícias realizadas no CPC Renato Chaves, em Belém, são constatadas manutenções tardias ou ausentes em vários automóveis que participam dos acidentes na Grande Belém.
E não, você não precisa ser mecânico para conhecer bem seu carro. Você precisa de ajuda de quem entende o suficiente. E pra isso eu estou aqui. Nas próximas postagens vamos conhecer como funciona essa maravilhosa máquina à explosão controlada por volante e pedais. Sim, o seu carro.

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